Editorial
A piora nas ruas
Chamou atenção a notícia trazida na edição de ontem do DP de que a Prefeitura de Pelotas interrompeu a manutenção de ruas pavimentadas e não tem previsão de retomar o trabalho. Isso porque, como mostra a reportagem, a usina de asfalto de propriedade do Município, existente exatamente pela justificativa de agilizar a qualificação e recuperação de vias, está parada há três meses, desde outubro do ano passado.
O motivo para essa pausa, conforme informado pelo próprio Executivo municipal, é que não há matéria-prima disponível para a produção do asfalto usado nos trabalhos de pavimentação e operação tapa buracos. Situação agravada desde a semana passada, quando a Prefeitura confirmou medidas para corte de gastos ao longo desse ano visando evitar déficit nas contas públicas causado por quedas em repasses. Por conta disso, tornou-se ainda mais complicada a compra de material para abastecer a usina e retomar os consertos dos buracos.
Embora a maioria dos cidadãos provavelmente não tivesse essa informação, certamente quem é motorista já havia percebido que algo está fora da normalidade. Afinal, nos últimos meses tem sido perceptível a piora na qualidade das pistas de rodagem de Pelotas. Seja em vias de menos tráfego ou em ruas e avenidas de grande movimentação – por onde passam inclusive os ônibus do transporte coletivo –, os buracos passaram a ser comuns. E maiores.
Algo que contraria, inclusive, o que em outros momentos foi motivo de registro elogioso neste espaço. Isso porque, dentre tantos avanços e problemas com os quais precisa lidar uma gestão, era necessário reconhecer que a infraestrutura viária da cidade melhorava, com novas ruas recebendo asfalto, drenagem, iluminação. Algo que continua acontecendo, diga-se. Contudo, esse trabalho acaba ficando prejudicado a partir do momento em que outros locais importantes sofrem com o desgaste sem que haja manutenção adequada. O resultado são cada vez mais buracos, maiores e mais profundos, que quando não aumentam o risco de acidentes servem, pelo menos, para danificar ou acelerar os danos nos veículos.
Para o leitor que mora nos bairros a constatação de que a qualidade viária melhorava já era motivo de bronca, pois são dezenas de ruas onde os pelotenses reclamam, com ligações e mensagens ao Jornal, não haver qualquer tipo de manutenção há muito tempo. As fotos publicadas pelo DP deixam isso bastante nítido, inclusive. Agora, com a dificuldade adicional da usina de asfalto parada pela falta de material, piores tendem a ser as perspectivas nestas localidades.
Claro que, em momento de contenção de gastos, é preciso priorizar as áreas mais sensíveis. Contudo, a degradação de ruas e avenidas indica que, quando houver a manutenção, provavelmente será mais custosa. Até lá, os motoristas que fiquem atentos e desviem dos buracos.
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